Islândia - As melhores paisagens
As melhores paisagens da Viagem à Islândia.
Calça as minhas sapatilhas e anda comigo descobrir os sítios por onde passei durante as duas semanas de viagem.
Durante 15 dias, percorri a Islândia, em Abril e Maio, apanhando ainda um sussurro do inverno nos ventos gelados e a primavera começa a desenhar os seus primeiros traços na paisagem. Fui para descobrir a natureza, umas paisagens bonitas, mas encontrei algo maior: uma natureza profunda e uma imensidão difíceis de explicar.
Na Islândia, a terra está viva. As fumaças brotam do chão como se o planeta respirasse. Os géiseres explodem sem pedir licença. As cascatas caem com a força de mil corações. E por entre lava, gelo e musgo, senti-me pequena, senti que fazia parte de algo imenso, puro e antigo, mas uma parte minúscula no meio de uma natureza tão imponente.
Viajar pela Islândia é um exercício de presença. As estradas longas e solitárias ensinam-nos a abrandar, a contemplar sem pressa. Lá, não se corre atrás do tempo. Vive-se com ele. O céu muda constantemente — luz dourada, nuvens densas, neve repentina — como se o clima também quisesse mostrar que a beleza está na impermanência.
A cada dia, uma surpresa: praias negras onde o mar uiva, glaciares que parecem guardiões silenciosos de um outro tempo, campos de lava cobertos por musgo verde como se a terra se curasse a si própria. E à noite, o céu dança com luzes — as auroras boreais — lembrando-nos que há magia que não se explica, só se sente.
A Islândia não é um destino. É uma experiência. Uma travessia interior. Ali, percebi que o essencial é simples: respirar fundo, observar, escutar. A natureza fala — e se estivermos disponíveis, ela transforma-nos.
Se algum dia sentires de ir à Islândia, leva poucas coisas, o essencial para estares tu e natureza, leva comida, roupa quente, mas principalmente, leva o coração aberto, é o segredo para sentires a natureza. E prepara-te para ser tocado por uma beleza bruta, selvagem e inesquecível.

Sobre as rotas:
Deixo-vos dicas de alto nível sobre os locais da Islânida
1. Reykjavík: o início tranquilo
Antes de mergulhar nas paisagens selvagens, aproveitei a capital. Moderna, calma e criativa, Reykjavík parece uma cidade em miniatura com alma gigante. Passear pelas ruas coloridas, mergulhar na cultura Islandesa e visitar Hallgrímskirkja foi o prólogo perfeito para a aventura.
2. O sul: terra de cascatas e praias negras
A viagem começou a ganhar corpo com as impressionantes Seljalandsfoss e Skógafoss — duas cascatas onde a água cai com tanta força que impressiona qualquer um. Em seguida, Reynisfjara, a praia de areia negra, foi um dos lugares mais diferentes que vi. O contraste entre o oceano bravo e as colunas de basalto fez-me sentir dentro de um mito nórdico.
3. Vík: um vilarejo super giro
Vík, com as suas casas viradas para o mar e as colinas cobertas de musgo, é o tipo de lugar onde o tempo abranda. Estar ali ao som do vento, com a luz suave de um sol tímido é incrível. É um excelente local para estar e apreciar como se vive por lá.
4. Skaftafell e Jökulsárlón: gelo em movimento
Atravessando o Parque Nacional de Vatnajökull, os glaciares tornam-se protagonistas. Caminhei até às línguas de gelo e fiquei em silêncio diante da Jökulsárlón, a lagoa glaciar. Os blocos de gelo a flutuar lentamente criam uma paz, ao mesmo tempo, observar os leões marinhos no seu habitat natural é absolutamente incrível. Este parque natural e o seu glaciar são das paisagens que mais guardo na memória.
5. O leste: fiordes esquecidos
Esta parte da viagem foi mais solitária, com vilas pequenas como Djúpivogur e paisagens dramáticas. Conduzir entre montanhas e fiordes, com o mar à esquerda e penhascos à direita, foi um dos momentos mais contemplativos. Aqui, a Islândia mostra o seu lado mais bruto e sereno.
6. Mývatn: paisagens alienígenas
Chegar a Mývatn foi como chegar noutro planeta, parece um cenário de filme. Campos de lava, crateras, fumarolas e as cores quentes da geotermia criam um cenário surreal. O Hverir cheira a enxofre e borbulha como se a terra estivesse a cozinhar. O Mývatn Nature Baths foi o meu prémio — águas quentes, vistas de outro mundo e um corpo em pausa.
7. Akureyri: uma pausa com civilização
No norte, Akureyri foi o reencontro com uma cidade — cafés, arte, e vida humana depois de tantos dias com mais ovelhas do que pessoas. Neste caminho vimos a raposa do ártico e percebemos como é viver nas terras ainda mais a norte.
8. De volta a Reykjavík, com o coração cheio
O regresso fechou o círculo, mas pelo caminho vimos a montanha do puzzle, será sempre assim o nome daquela montanha emblemática da Islândia. A Islândia mostrou-me o que é viver num país onde quem manda é a natureza, mais ninguém. Entre vulcões, glaciares, neve, gelo, sol e vento, tudo ali funciona em perfeita harmonia.
Fora isto tudo, quero destacar os papagaios do mar, foram o animal mais incrível que vi estes dias todos e que marcam qualquer pessoa que fique entre eles.
Um dos maiores sentimentos foi o respeitar os ritmos da natureza, foi uma viagem profunda e maravilhosa.
